13 de ago. de 2008

MOSTRANDO A VERDADE

Resposta ao Administrador do Blog Verdade Policial sobre o artigo Mostrando a Verdade
Caro Administrador do blog “Verdade Policial”.
Antes de tudo, parabéns pelo post:
Mostrando a Verdade - Cabral tenta explicar o inexplicável!!!, uma peça bem articulada e que retrata com linguajar claro a dura realidade, descortinando as entrelinhas do poder.
Lisonjeia-me a preocupação com os “Barbonos”, alvo da sórdida manipulação de inescrupulosas autoridades que, ante a exposição de suas nefastas ações, buscam imputar sua autoria a outrem, desfocando-a do verdadeiro algoz.
Temos continuado a luta em prol do justo reconhecimento ao Policial Militar pela sua essencial contribuição para a Sociedade, todavia o nobre administrador há de reconhecer ser um embate inglório, pois pelos poderosos, somos injustiçados e enlameados com o intento de nos desmoralizar e deste modo nos enfraquecer e pelos nossos companheiros, desacreditados por sermos Coronéis, isso mesmo, um paradoxo, pois de um Coronel se espera liderança, comandamento, honra e que diante das vicissitudes, assuma as “rédeas” das reivindicações, mas quando o fizemos fomos repudiados, ofendidos, desconceituados e igualados àqueles que traíram seus juramentos, o que jamais fizemos.
O conforto que temos é a consciência tranqüila de que “combatemos o bom combate”, que procuramos dar o melhor de nós em prol do nosso contingente e o fato de que algumas pessoas, como o autor do “post”, percebam a diferença, nos compreendam e, mesmo que anonimamente, nos valorizem como profissionais que mantiveram a coerência profissional nos mais de trinta anos de serviço.
Ocorreram erros decorrentes de nossas limitações pessoais e de nossa inexperiência na luta contra inimigos calejados na arte de manipular opiniões e de “conquistar” adeptos no seio do adversário. Oponentes que se utilizaram de armas que não dispomos e se aproveitaram dos escrúpulos que sabiam sermos possuidores e pelos quais conseguiriam nos frear, como de fato ocorreu.
Sabemos que ainda não acabou que, apesar da saúde debilitada, enfraquecidos pela dificuldade em nos fazer ouvir, da incredibilidade de nossas praças em Coronéis, das novas injurias que ainda poderemos vir a sofrer, mesmo com esses óbices, continuaremos na busca da justa e necessária melhoria das condições de trabalho e do reconhecimento profissional para o POLICIAL MILITAR.
Por derradeiro, ratifico minha lisonja e hipoteco meus agradecimentos pela preocupação, acreditando que, apesar de não possuir procuração, seja este o sentimento dos demais "BARBONOS" restantes.

ESTEVES – Coronel da PMERJ.

4 de ago. de 2008

"CORONÉIS BARBONOS"

Causa debet praecedere effectum.
(Não há efeito sem causa)
AO POVO DO RIO DE JANEIRO:Cerca de um ano atrás, com a finalidade de resgatar a cidadania, a dignidade pessoal e profissional dos integrantes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, bem como reduzir dificuldades na área de segurança pública mediante propostas de ações governamentais, um grupo de integrantes da Polícia Militar do último posto da Corporação, denominados “Coronéis Barbonos”, travejado na experiência profissional adquirida ao longo de mais de trinta anos de serviço, elaborou manifesto denominado “Pro lege vigilanda” (Para a vigilância da lei) de cunho estritamente institucional, contendo as principais e urgentes necessidades da Corporação e de seus Componentes.
O documento discorria sobre doze tópicos, consolidados nos princípios de valorização do servidor público policial militar, profissionalização, racionalização de recursos e fortalecimento institucional, todos exeqüíveis e extremamente essenciais para a implementação de um projeto de segurança pública concreto e viável, tanto que, alçado à análise do Chefe do Executivo Estadual, teve pronto assentimento, por entender que por aquelas doze proposições passava a recuperação da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, órgão responsável pela polícia administrativa da ordem pública no ordenamento constitucional e infraconstitucional vigentes.
Naquele instante já alertávamos para o fato de que a funcionalidade e operacionalidade do sistema policial, sempre jogadas para um plano secundário, achavam-se agonizantes; que os estertores de uma Corporação subjugada e sem brio se faria ouvir na sociedade, preliminarmente levando às comunidades carentes o terror de uma política de segurança sem os requisitos mínimos de inteligência e alicerçada unicamente no belicismo descabido, posteriormente impondo às demais camadas da sociedade o medo, a desconfiança e o luto pelos muitos filhos sacrificados em razão do despreparo e da pressão funcional e emocional a que são submetidos os profissionais de segurança.
Urgia uma radical mudança de postura na condução da política de segurança pública, pois é fato que a que hoje está em prática, a qual já se arrasta por muitos anos e desgovernos não atende aos anseios da população, tampouco traduz as aspirações da sofrida família policial-militar, ao menos a majoritária parcela de abnegados preocupados em servir e proteger, já que além de nossas reputações maculadas pela desconfiança da população e pelo contínuo achincalhamento promovido pelos meios de comunicação - não sem razão, admita-se – também nos vemos vítimas e reféns do atual estado de barbárie em que vivemos.
Estamos certos de que, ao contrário do que indica a desconstrução da imagem institucional mediante a série de gravosos e lamentáveis fatos envolvendo policiais-militares com toda sorte de crimes, ainda não chegamos ao fundo do poço, mas tal não tardará, pois quando o cidadão deixa de ter o Estado como seu protetor e passa a vê-lo como algoz, quando a desconfiança impera, quando os agentes da lei sentem-se sem credibilidade e incapazes de mudar o estado de coisas que os afligem, as conseqüências tendem a revelar um quadro de completo caos social, que somente o desprendimento de um governo inteiramente voltado para a coisa pública e avesso a picuinhas e jogadas de bastidores daqueles que querem prolongar o statu quo pode reverter.
Quando de nosso manifesto, fomos afastados e defenestrados da Corporação, como se nosso posicionamento fosse contrário ao interesse social e institucional, mas tal injustiça não esmoreceu nossa crença de que é preciso mudar radicalmente alguns conceitos, que as proposições por nós outrora firmadas são essenciais para a retomada do caminho da ordem pública, bem como sabemos que determinadas medidas irão requerer tempo para que logrem seus objetivos, enquanto que outras terão efeito imediato; da mesma forma é certo que algumas exigirão um esforço contínuo do governo, mediante planejamento e previsões orçamentárias, já outras se realizarão mediante simples ato do executivo, entretanto, todas necessitam de uma ação única e imediata, para que não se perca mais tempo.
Esclareça-se que sempre estivemos e estamos à disposição do Estado do Rio de Janeiro e de sua população, colocando nossa larga experiência a seu serviço.
Nosso manifesto, longe de configurar um ato de rebeldia ou de insubordinação, foi um grito de alerta e teve o caráter de rever conceitos defasados e garantir melhor contraprestação de serviços para o povo fluminense, o que é nossa missão.
Não podíamos ser subservientes e estéreis, pois nunca agimos assim ao longo dos nossos mais de trinta anos de carreira policial-militar.
O quadro atual demonstra que não estávamos errados.

HILDEBRANDO QUINTAS ESTEVES FERREIRA
CORONEL DE POLÍCIA
PAULO RICARDO PAÚL
CORONEL DE POLÍCIA
LEONARDO PASSOS MOREIRA
CORONEL DE POLÍCIA
FRANCISCO CARLOS VIVAS
CORONEL DE POLÍCIA
RONALDO ANTÔNIO DE MENEZES
CORONEL DE POLÍCIA".