24 de out. de 2008

ADOLESCÊNCIA INTERROMPIDA



Confesso que apesar dos meus cinqüenta e um anos de idade é como um adolescente que me sinto. Claro que mentalmente, pois fisicamente é impossível, faltam cabelos, disposição, ar nos pulmões, por outro lado sobram dores nas juntas, na coluna, sonhos e vontades de fazer algo que compense para a sociedade.
Aos dezesseis anos comecei a maratona para me preparar para o concurso de vestibular que eu prestaria no ano seguinte, como não tinha recursos, órfão de pai, não poderia desperdiçar nenhuma chance.
Aos dezessete, aprovado no concurso para Oficial da PMEG, comecei a me preparar psicologicamente para o internato, longe da família, só havia dormido fora de casa uma vez com amigos (uma noite) em São José dos Campos – SP, ou quando passava férias com meus padrinhos (irmã de minha mãe) em Muriqui.
Aos dezoito, já na adaptação da EsFO, vi cair por terra minhas amadas madeixas. É sempre gostei de usar cabelos longos, isso me trouxe alguns contra-tempos na vida da caserna, já que nunca consegui cortar meus cabelos nos mesmos padrões que os demais.
Hoje, passados trinta e quatro anos, retomo minha adolescência, os sonhos de ter em minha casa meus amigos do mundo animal e aqueles que eu conquistei ou que me conquistaram durante esta minha existência, cabelos (os que restaram) longos, dormir quando o sono me alcançar, ver o filme que estiver passando na TV independente da hora, ouvir música no instante que me der vontade e acordar quando os olhos abrirem , sem me preocupar que tenho que sair.
É, minha juventude física eu perdi, mas a minha mental, retomo agora com todo o gás, para vivê-la enquanto o criador me permitir.



ESTEVES - CORONEL