1 de ago. de 2017

NOTÍCIAS DO G1


Sérgio Cabral diz que usou 'caixa 2 na política, e não para enriquecer'
Ex-governador do Rio presta depoimento nesta segunda-feira (31). Ele classificou a condenação do juiz Sérgio Moro como "absurda".

Por Marco Antônio Martins, G1 Rio
31/07/2017 16h01  Atualizado 31/07/2017 20h45

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) presta depoimento nesta segunda-feira (31) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, sobre uma das 13 denúncias do Ministério Público Federal (MPF) (Acompanhe em tempo real).
Na denúncia em questão, os procuradores dizem que Cabral recebeu do empresário Eike Batista US$ 16,5 milhões em propina, além de R$ 1,5 milhão através do escritório de advocacia de sua esposa, Adriana Ancelmo.
Cabral nega que tenha recebido propina. "Nunca fiz um toma lá dá cá com o senhor Eike Batista".
Como em outras ocasiões, o ex-governador admitiu o uso do caixa dois e negou ter conta no exterior. Desta vez, ele — que já havia dito que não vivia do próprio salário — afirmou que a maioria do valor desviado foi utilizado em campanhas.
"A quase totalidade de recursos que obtive com o caixa dois eu gastei na política, e não para enriquecer", afirmou.
Cabral admitiu ter recebido valores de Eike, mas todos eles ligados a projetos, como R$ 30 milhões para as UPPs e R$ 10 milhões na "campanha para a Olimpíada". A exceção seria quando pediu R$ 10 milhões para a campanha eleitoral de 2010. "Foi a única vez".
Na ocasião, diz Cabral, Eike teria dito que não dava para realizar o pagamento em doação oficial. Por isso, os valores teriam sido trazidos do exterior. A operação teria sido realizada pelos irmãos Chebar, delatores do processo.
Com eles, e com outros empresários, Cabral pediu para que fossem realizadas acareações. "Senhor Cabral, não dou o direito do senhor discutir minhas decisões", rebateu Bretas.
Sustentando que pedidos de doações não significavam propina, Cabral chegou a dizer que "pediu dinheiro até para a Fundação da Madonna", em um jantar.
Juiz pede para fazer esclarecimento
Logo no início da audiência, o juiz Marcelo Bretas disse que tinha um esclarecimento a fazer ao ex-governador. Na semana passada, Cabral levantou a suspeita do magistrado após uma entrevista do juiz ao jornal Valor Econômico. Nela, Bretas falava sobre uma suposta condenação.
O ex-governador disse que ficou surpreso ao ler a reportagem e disse que é contra o "pré-julgamento". O magistrado rebateu. "O senhor está diante de um juiz que quer tomar a melhor decisão no momento adequado", disse ele nesta segunda-feira. Entendemos que o juiz Bretas antecipou o julgamento por isso estamos pedindo o seu afastamento", disse o advogado Rodrigo Roca, que defende Cabral, na saída da audiência.
Em outro momento mais duro, Cabral chegou a discutir com o procurador El Hage. "Como o MPF me imputa US$ 100 milhões sem documento que o ligue a mim?", questionou. "Há documentos, relatórios do Coaf. O senhor recebeu dinheiro", rebateu.
O ex-governador também perguntou porque o acordo de delação dos irmãos Chebar foi fechado tão rapidamente. "Talvez porque seja o maior valor já devolvido na Lava Jato: US$ 100 milhões", respondeu El Hage.
Cabral ainda retrucou dizendo que não há documentos que o liguem a quantia.
Sentença de Moro é absurda, diz ex-governador
Condenado a 14 anos e 2 meses pelo juiz Sérgio Moro, de Curitiba, pelo recebimento de propina em obras do Comperj, Cabral citou a decisão. Ele é réu em outras 12 denúncias.
Ele disse que vai se defender de todas as acusações do MPF e citou o magistrado da Lava Jato.
"No meu governo. Todos os processos tratam de minha administração. Com exceção do absurdo da sentença do juiz Moro"

MEU COMENTÁRIO: 
Alguém acredita? Como pode uma pessoa com salário de aproximadamente R$20.000,00 (vinte mil reais), num período de quase oito anos (cerca de 90 meses), adquirir o patrimônio que este apenado construiu? (Jóias, obras de arte, imóveis, veículos, etc). Honestamente?