30 de out. de 2010

PARADIGMA

Os BARBONOS tentaram romper paradigmas defendendo as praças e lutando por melhores condições de trabalho e dignidade para o Policial Militar.
O êxito significaria o rompimento com os grilhões que aprisionavam e ainda aprisionam, os Oficiais idealistas que amam a Corporação. Buscavam acabar com o axioma de que os Coronéis só pensam em si, que suas ações visam, em primeiro plano, a perenidade em algum cargo ou função.
Pois bem, os Barbonos ocupavam funções nobres e invejáveis dentro da PMERJ, ainda assim, lutaram pela Policia Militar e pelo tão decantado (e infelizmente constatado, só bazófia) maior patrimônio da Corporação, o PM.
Sabiam de antemão os riscos que corriam de perder suas funções e gratificações, mesmo assim seguiram, pois para eles o objetivo era bem maior, era conseguir alguma melhoria para as praças e provar que, nos novos tempos, Coronéis realmente se preocupavam com seus subordinados.
Partindo do principio que “a única pessoa que você pode mudar é você mesmo”, tentaram influenciar outros Coronéis para que mudassem e adotassem uma posição mais coerente com os discursos e com o juramento feito à Bandeira Nacional.
Acreditavam que uma vez unidos, sem uma liderança única, mas guiados pelo objetivo de ver a tropa tratada com dignidade e respeitada pela sociedade, obteriam êxito. Estavam dispostos a abrir mão de seus cargos e da própria carreira, como de fato ocorreu.
Infelizmente os Coronéis não eram equânimes. E o poder político tinha conhecimento desta fraqueza. Deu no que deu.
Os dias seguem e hoje descortinamos diariamente um quadro caótico dentro da Segurança Pública de nosso Estado. E o pior é que não se vislumbra, com as atitudes da atual gestão, um naco de esperança de melhoria.
Rogo ao criador que ilumine nossos caminhos e conceda a dádiva de que alguém encontre uma solução que minimize o presente caos e, a médio e longo prazo, nos conduza a níveis suportáveis de segurança.
Sempre cônscio de que não existe uma panacéia que resolva tudo rapidamente, tampouco grande parte em curto prazo.

ESTEVES – CEL RR

4 de out. de 2010

CARTA A DOIS COMPANHEIROS

Maricá, em 04 de outubro de 2010.
Meus amigos,
Quem sou eu para lhes dizer alguma coisa que já não saibam, mas atrevo-me a escrever-lhes mesmo assim para hipotecar minha solidariedade e externar o que penso.
Não se abatam com o resultado do pleito, pois nada representa a não ser a confirmação de que não estamos preparados para este jogo, um tanto quanto escuso, da política eletivo-partidária.
Não basta ao candidato o caráter, integridade, honestidade, ficha limpa, idealismo e vontade de fazer, é necessário comprometimento, não do mesmo com as propostas de trabalho ou com empenho no cumprimento de metas, mas do eleitor alvo para com o candidato. Quando digo comprometimento, o faço em “lato sensu”. Infelizmente é preciso que o eleitor tenha alguma dívida com o postulante ao Legislativo, seja um cargo comissionado, emprego, favor ou mesmo dinheiro, só assim, sic “com o rabo preso”, vota. Um neófito dificilmente é eleito só com propostas de trabalho e com seu passado de idealismo, honra e dignidade, claro que existem exceções, mas estas são raras.
Existem também os casos de transferência de votos por parentes ou afins, ou ainda os casos de candidato com uma popularidade expressiva em campos diversos (Rádio, TV, Futebol, etc.) que nada tenha haver com as características já elencadas e que dão denodo à labuta.
Amigos ergam-se e elevem suas frontes com a dignidade que lhes é devida, pois, ambos são homens livres e dignos, razão de orgulho de seus amigos, o qual com a devida vênia me incluo.
Um forte e fraterno abraço,
ESTEVES – CEL RR