26 de nov. de 2016

Noticias do G1

PF acha indícios de compras de quase R$ 4 milhões em nome de motorista de Cabral
Corporação fez operação na tarde desta sexta em filiais da joalheria Antônio Bernardo na Zona Sul do Rio.

Agentes da Polícia Federal encontraram em uma única joalheria da Zona Sul do Rio, indícios de compras de quase R$ 4 milhões, desde 2007, no nome de um motorista do ex-governador Sérgio Cabral, segundo fontes ligadas à Operação Lava Jato no Rio.
De acordo com funcionários, as compras eram feitas pelo próprio Cabral, usando nome do motorista. A PF recolheu documentos e material com imagens das joalherias. Carlos Miranda, operador financeiro do grupo, também fazia compras usando o nome de um laranja. Os nomes da ex-primeira dama, Adriana Ancelmo, também está na lista de compradores da mesma joalheria.
A descoberta aconteceu na tarde desta sexta-feira (25), durante operação da PF em duas filiais da joalheria Antônio Bernardo, na Zona Sul do Rio: Leblon e Gávea. Um advogado da joalheria acompanhou a ação da PF, mas não falou com os jornalistas.
Segundo o Ministério Público Federal, era nessa joalheria que o ex-governador Sérgio Cabral, preso na operação Calicute, fazia compras.
Nas lojas na tarde desta sexta, os agentes buscavam documentos e outras informações referentes às vendas de joias que o MPF acredita que foram feitas a Cabral e à sua mulher Adriana Ancelmo.
O pedido de buscas nas joalherias foi feito pelo MPF. Segundo os procuradores, a joalheria prestou informações consideradas insatisfatórias. A ordem para as buscas é do juiz Marcelo Bretas, expedida nesta quinta.
"A venda de joias de altos valores em dinheiro, sem nota fiscal e sem comunicação aos órgãos competentes, além da possível sonegação de informações às autoridades públicas, podem indiciar conivência com crimes de lavagem de dinheiro, sendo dever do Ministério Público Federal assegurar, pelas medidas previstas no Código de Processo Penal, a colheita e a preservação dos elementos de prova necessários à elucidação dos fatos", disse o MPF, em nota, sobre a operação desta sexta.
A loja é citada num depoimento colhido por agentes da operação que terminou com a prisão de Cabral. Na ocasião, Vera Lúcia Guerra disse que atendeu Sérgio Cabral numa das filiais. A última compra foi há dois anos, um colar de ouro de cerca de R$ 10 mil, pago depois, em dinheiro, por um homem que ela não conhece.
A Polícia Federal apreendeu quase 300 joias durante a operação. Os peritos da Polícia Federal estão identificando cada uma das joias. O trabalho é para descobrir se são autênticas e qual o valor de mercado.
Quarenta das joias apreendidas na operação estavam no apartamento de Sérgio Cabral e da mulher dele, Adriana Ancelmo. As outras foram encontradas com os outros integrantes do grupo de investigados. Segundo a diretora da joalheria, as peças eram escolhidas pelo próprio Sérgio Cabral ou por Adriana Ancelmo.

“É uma tipologia de lavagem de dinheiro. Consegue-se, por meio da aquisição de joias, ocultar valores, em tese, ilícitos”, disse o delegado da Polícia Federal Tácio Muzzi.


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