Lava Jato/RJ: MPF denuncia Cabral e mais 19 por
cartel e fraudes a licitações
Investigações
da Saqueador e Calicute demonstram crimes conexos em obras no Rio
20/04/2017
O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu nova
denúncia à 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro contra o ex-governador do
estado Sérgio Cabral e outros 19 investigados pela força-tarefa da Lava Jato no
Rio. Eles são acusados de fraudes nas licitações para a reforma do estádio do
Maracanã para a Copa de 2014 e para as obras de urbanização do programa
PAC-Favelas, além do superfaturamento e da formação de cartel para obras
públicas estaduais financiadas pela União.
Para o MPF, os fatos apontados na denúncia formam parte do elo entre os crimes
apurados pelas operações Saqueador e Calicute, que já haviam denunciado o
pagamento de propina e a lavagem de dinheiro. Agora, são denunciados os crimes
de formação de cartel, superfaturamento e fraudes em licitações, todos
relativos às mesmas obras investigadas nas duas operações e praticadas pela
mesma organização criminosa, liderada por Cabral.
A denúncia, que já foi recebida pela 7ª Vara
Federal Criminal do Rio de Janeiro, demonstra que os executivos das empreiteiras
Delta, Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão,
Camargo Corrêa, Camter e EIT atuaram de forma combinada entre si para vencer as
licitações nos dois conjuntos de obras mencionados. Por meio de cartel, o grupo
também eliminava a concorrência em outras grandes obras do governo.
Conforme as investigações já haviam indicado, as empresas se comprometiam a
pagar a Sérgio Cabral um total de 5% sobre o faturamento das obras, já que a
prática dependia de acordos com os agentes públicos responsáveis pela
fiscalização de licitações. No caso do Maracanã, após 16 termos aditivos, os
gastos com a reforma saltaram de R$ 705 milhões para R$ 1,2 bilhão. Já nas
obras realizadas nas comunidades de Manguinhos, Complexo do Alemão e Rocinha, que
custaram R$ 915 milhões, as empresas articulavam para incluir nos projetos
básicos exigências que só elas mesmas poderiam satisfazer.
Demais denunciados – Além de Cabral, foram denunciados: Wilson
Carlos (ex-secretário de governo), Hudson Braga (ex-subsecretário de obras),
Ícaro Júnior (ex-presidente da empresa de obras do RJ), Louzival Luiz Lago
Mascarenhas Junior, Marcos Antonio Borghi e Marcelo Duarte Ribeiro (OAS),
Fernando Cavendish e Paulo Meriade Duarte (Delta Construções), Benedicto
Barbosa da Silva Júnior, Eduardo Soares Martins, Irineu Berardi Meireles,
Marcos, Vidigal do Amaral e Karine Karaoglan Khoury Ribeiro (Odebrecht), Juarez
Miranda Junior (Camter), Maurício Rizzo e Gustavo Souza (Queiroz Galvão), Paulo
Cesar Almeida Cabral (EIA), José Gilmar Francisco de Santana (Camargo Corrêa) e
Ricardo Pernambuco (Carioca).
Confira aqui a denúncia do MPF e aqui a decisão da
Justiça do recebimento da denúncia.
Para o MPF, os fatos apontados na denúncia formam parte do elo entre os crimes apurados pelas operações Saqueador e Calicute, que já haviam denunciado o pagamento de propina e a lavagem de dinheiro. Agora, são denunciados os crimes de formação de cartel, superfaturamento e fraudes em licitações, todos relativos às mesmas obras investigadas nas duas operações e praticadas pela mesma organização criminosa, liderada por Cabral.
Conforme as investigações já haviam indicado, as empresas se comprometiam a pagar a Sérgio Cabral um total de 5% sobre o faturamento das obras, já que a prática dependia de acordos com os agentes públicos responsáveis pela fiscalização de licitações. No caso do Maracanã, após 16 termos aditivos, os gastos com a reforma saltaram de R$ 705 milhões para R$ 1,2 bilhão. Já nas obras realizadas nas comunidades de Manguinhos, Complexo do Alemão e Rocinha, que custaram R$ 915 milhões, as empresas articulavam para incluir nos projetos básicos exigências que só elas mesmas poderiam satisfazer.
Demais denunciados – Além de Cabral, foram denunciados: Wilson Carlos (ex-secretário de governo), Hudson Braga (ex-subsecretário de obras), Ícaro Júnior (ex-presidente da empresa de obras do RJ), Louzival Luiz Lago Mascarenhas Junior, Marcos Antonio Borghi e Marcelo Duarte Ribeiro (OAS), Fernando Cavendish e Paulo Meriade Duarte (Delta Construções), Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Eduardo Soares Martins, Irineu Berardi Meireles, Marcos, Vidigal do Amaral e Karine Karaoglan Khoury Ribeiro (Odebrecht), Juarez Miranda Junior (Camter), Maurício Rizzo e Gustavo Souza (Queiroz Galvão), Paulo Cesar Almeida Cabral (EIA), José Gilmar Francisco de Santana (Camargo Corrêa) e Ricardo Pernambuco (Carioca).
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