MPF/RJ denuncia Sérgio Côrtes e Miguel Iskin por
obstrução de justiça
Ex-secretário
de Cabral e empresário são acusados de tentar influenciar colaboração
03/05/2017
O
Ministério Público Federal (MPF) denunciou Sérgio Côrtes, ex-secretário de
saúde da gestão de Sérgio Cabral, e o empresário Miguel Iskin por tentativa de
obstrução de justiça. A denúncia foi apresentada pelo MPF à 7ª Vara
Federal Criminal do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (3). Côrtes e Iskin,
além de Sérgio Vianna Júnior, são acusados pela força-tarefa Lava Jato/RJ de
articulação para influenciar no acordo de colaboração premiada firmado pelo
ex-subsecretário executivo da pasta, César Romero. Eles são investigados na
operação Fatura Exposta, desdobramento da Calicute e Eficiência, que investigam
a organização criminosa liderada pelo ex-governador.
De
acordo com a denúncia, usando Vianna como intermediário, o ex-secretário de
saúde e o empresário agiram de forma conjunta para constranger Romero a alterar
o conteúdo de sua delação, que se encontrava ainda em fase de negociação com o
MPF, oferendo dinheiro, inclusive. Os acusados tentavam combinar entre si
versões a serem apresentadas, buscando dificultar as apurações dos crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro praticados no Instituto de Traumatologia e
Ortopedia (Into) e na Secretaria Estadual de Saúde do Rio.
Durante
o período em que negociava os termos de sua colaboração, César Romero foi
procurado mais de uma vez pelos acusados, segundo atestam gravações feitas por
ele e por registros do circuito fechado de TV de seu escritório. “A preocupação
entre os denunciados em estancar as investigações ou pelo menos impedir que
chegassem com força às suas condutas era evidente”, defende a denúncia do MPF.
Fatura
Exposta – A operação Fatura Exposta
investiga as ramificações da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral
na área da saúde. Atualmente, além de Sérgio Côrtes, Miguel Iskin e seu sócio
Gustavo Estellita estão presos preventivamente suspeitos de corrupção ativa e
passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo as apurações,
eles teriam comandado um cartel de distribuidoras e fornecedoras de serviços,
fraudando licitações do Estado.
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