5 de fev. de 2008

GRATO

Agradeço a deferência do Jornalista Gustavo de Almeida no seu blog cujo texto segue abaixo:
Texto extraído do blog do Jornalista Gustavo de Almeida:
http://gustavodealmeida.blogspot.com/

Segunda-feira, 4 de Fevereiro de 2008
Olhos azuis

Uma das contradições da nossa democracia ainda jovem (18 anos incompletos, eu diria) é o fato de que muitas das decisões são tomadas de forma conjuntural - o que não é nenhuma novidade - mas acabam afetando estruturalmente o funcionamento da máquina, e muitas vezes de forma definitiva. O prejuízo é incalculável. A hegemonia política, por exemplo, na área de saúde, muitas vezes afasta bons quadros que, fartos da política pública vigente, partem para novos caminhos na iniciativa privada. E dificilmente retornam à vida pública. Quando o fazem, já não o é com a mão na massa.O mesmo pode ter acontecido agora, no momento conturbado por que passa a Polícia Militar do Rio. A insistência em negar o momento de instabilidade e mesmo a falta de clareza no que tange à situação do atual comandante-geral (é Barbono? Não é Barbono? Era infiltrado? Não era? Por que estava na reunião?, como mostra a foto acima publicada na sextta-feira passada em O DIA com exclusividade) agravam tudo. E fica a pergunta: as exonerações, expurgos e reformas na PMERJ realmente valerão à pena?Pode uma polícia abrir mão de ter em seus quadros um coronel Hildebrando Esteves, um coronel Príncipe, um coronel Samuel Dionísio?Pois são três das possíveis baixas na PM. A necessidade de recusar o diálogo para demonstrar força e autoridade deve gerar este tipo de prejuízo. O governo do Estado não é composto de políticos iniciantes ou amadores. Todos trabalham com pesquisas qualitativas, o próprio governador já sabe o que a população quer - é maior rigor com bandidos, polícia mais combativa e operacional. O governo de pauta pela mídia, pela repercussão, pelo que as pesquisas dizem: se o povo pede ordem, fim dos protestos na PM, e operações rigorosas nas favelas, não é o governo que terá de pensar nestes oficiais e na falta que eles farão.
Os olhos do governo - de qualquer governo - não são os da tradição, do histórico de lutas, da tenacidade em defesa de uma corporação como a PMERJ. Os olhos do governo - e, repito, de qualquer governo - são as pesquisas. "Se o povo estiver empolgado, eu também estarei", disse certa vez Aureliano Chaves a respeito de sua candidatura a presidente em 1989 (o povo não estava). A frase ficou, e de vez.
E aí fica a pergunta: que olhos nos restarão para enxergar que não prescindimos de um Príncipe, de um Esteves, de um Roberto Lima, de um Samuel Dionísio?
São os olhos que já derramaram sangue e lágrimas na Evaristo da Veiga. Estarão abertos?
Postado por Gustavo de Almeida.


Não conheço pessoalmente o Jornalista, mas o mesmo demonstra bastante profissionalismo e isenção em seus artigos, postando o que toma conhecimento e o que entende por verdade, não a distorcendo.
CORONEL ESTEVES - BARBONO

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