Governo do RJ tem contas bloqueadas e fica impedido
de pagar a última parcela do salário de outubro dos servidores
Justiça determinou
bloqueio de R$ 302 milhões por calote em dívida com a União
A Sefaz (Secretaria de
Estado de Fazenda) informou nesta segunda-feira (5)que, devido a um bloqueio de
R$ 302 milhões nas contas do governo estadual, está impedida de depositar a
última parcela do salário dos servidores referente a outubro. O pagamento seria
feito nesta segunda, conforme calendário divulgado pela pasta.
As contas do Estado do Rio
foram bloqueadas em função de uma dívida com a União que não foi paga. Segundo
a Sefaz, até a última sexta-feira (2), o governo fluminense havia quitado 96,7%
do total da folha salarial de outubro, que é de R$ 2,1 bilhões.
O
bloqueio também impede o pagamento às concessionárias de transporte público que ameaçaram suspende o Bilhete Único
Intermunicipal a partir desta segunda. No entanto, a
Justiça do Rio determinou que a Fetranspor, Riocard, Metro Rio, SuperVia e
Barcas continuem aceitando o benefício,
sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
De acordo com a secretaria, não há previsão para o desbloqueio das contas. Por questões contratuais, o governo não tem como recorrer à Justiça nem tentar negociar com a União. Somente quando o governo federal conseguir arrecadar o valor total, que o Estado ficará livre para quitar as demais dívidas.
De acordo com a secretaria, não há previsão para o desbloqueio das contas. Por questões contratuais, o governo não tem como recorrer à Justiça nem tentar negociar com a União. Somente quando o governo federal conseguir arrecadar o valor total, que o Estado ficará livre para quitar as demais dívidas.
A pasta também afirmou que o pagamento dos salários de novembro
não deverão ser afetados. A previsão é que os servidores recebam até o 10º dia
útil, que neste mês cairá em 15 de dezembro.
Esta é
a terceira vez neste ano que o Estado do Rio sofre interferências em suas
contas. No mês passado, devido ao não pagamento de uma dívida R$ 170 milhões
com a União, o governo fluminense sofreu um bloqueio.
Em junho, o governo federal precisou obstruir as contas do Estado após um calote em uma dívida com a Agência Francesa
de Desenvolvimento. Diversas vezes ao longo deste ano, a
Justiça também determinou o arresto nas contas do governo para o pagamento dos
funcionários públicos.
ESTEVES-CEL
RR
RJ: obras milionárias beneficiam empresas ligadas a sobrinho de Pezão
RJ: obras milionárias beneficiam empresas ligadas a sobrinho de Pezão
Sobrinho do governador que atua como de tesoureiro da campanha é
ligado a construtoras
Documentos
obtidos pelo R7 em cartórios do Rio de Janeiro mostram
que o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, deu ao sobrinho Flavio
Cautiero Horta Jardim Jr. procuração para representá-lo nas questões eleitorais
durante a campanha em que Pezão tenta se manter no cargo.
Por essa
procuração, datada de 4 de agosto de 2014, o sobrinho do atual governador está
autorizado a movimentar a conta bancária da campanha, depositar e retirar
dinheiro, assinar cheques e fazer transferências.
Na prática,
Flavio atua como tesoureiro da campanha de Pezão. O que chama atenção é a
relação estreita que o sobrinho do governador mantém com empresas do setor que
mais dinheiro injetou na campanha do tio à reeleição. Documentos revelam que, a
partir de 2011, o escritório de advocacia de Flávio, Horta Jardim Advogados
Associados, passou a responder pelos interesses de quase 50 construtoras. O
sócio de Flávio no escritório é Roberto Horta Jardim Salles, enteado de Pezão.
Empresas representadas pelos dois advogados executaram obras do
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Rio, durante governo da dupla
Sérgio Cabral e Pezão. Entre 2009 e 2011, o escritório recebeu pelo menos 15
procurações para representar empresas formalmente interligadas entre si e que
ganharam recursos milionários para construção de obras no Programa "Minha
Casa, Minha Vida", um dos principais eixos do PAC. Os recursos foram
canalizados pelo governo do Estado através de duas empresas: Rouxinol Salvador
Alende Empreendimentos Imobiliários Ltda. e a Saira-Sapucaia Empreendimentos
Imobiliários Ltda.
De acordo
com registros do programa "Minha Casa, Minha Vida" de 2009 na
Prefeitura do Rio, a Rouxinol foi contemplada com a construção de 1410
residências na Avenida Salvador Allende, números 931, 971 e 1001, em
Jacarepaguá, e a Saira-Sapucaia com 658 casas na Avenida dos Mananciais, número
1155, e na Estrada do Rio Grande, 2034, no bairro Taquara, totalizando
2068 imóveis e 124,558 m² de construção.
A Cyrela
Cuzco Empreendimentos Imobiliários Ltda também foi contemplada com a construção
de 496 unidades numa área de mais de 28 mil metros. Apesar de não ter ligação
direta com o escritório de Flavio, a Cyrela Cuzco é uma empresa que pertence a
um grupo representado por ele, a Living Empreendimentos Imobiliários S/A e a
Cybra de Investimento Imobiliário Ltda.
A Living
Empreendimentos é uma das sócias da Living Arapuã Empreendimentos Imobiliários
Ltda, representada por Flavio Cautiero. A Cybra, por sua vez, é uma das
proprietárias da Cytec Empreendimentos Imobiliários Ltda, também representada
por Flavio.
Já em 2011
a Saira Ouro Empreendimentos Imobiliários Ltda foi contemplada com o contrato
para a construção de 302 unidades residenciais, enquanto a Saíra-Sapucaia
voltava a ganhar 51 edificações na Avenida dos Manaciais, 1155, e na Estrada
do Rio Grande, 2034, no bairro Taquara. As duas empresas tem a MDL no quadro
societário e é uma das proprietárias da Rouxinol Salvador Alende.
Ao todo, as
15 empresas interligadas através de sócios e administradores foram beneficiadas
com a construção de 2917 imóveis financiados pelo Programa Minha Casa Minha
Vida durante a gestão Cabral/Pezão. As construções ocorreram quando o
secretário da Habitação do Estado do Rio de Janeiro era Leonardo Picciani (2009
– 2011), deputado federal e filho de Jorge Picciani, presidente do PMDB e
coordenador da campanha de Pezão ao governo do Estado.
Pezão, que
era vice-governador na época, acumulou o cargo de Secretario de Obras,
supervisionando os investimentos do PAC, tendo liberdade para assinar
convênios, captar e liberar recursos inclusive para obras emergenciais, época
na que estreitou relacionamento com empresas ligadas a construção.
Na lista de
clientes do sobrinho e do enteado de Pezão, está até mesmo a construtora Delta,
que de 2003 a 2012 fechou R$ 2 bilhões em contratos com o Estado do Rio. O dono
da Delta, Fernando Cavendish, ficou conhecido por aparecer numa em Paris ao
lado de Cabral e outros políticos com guardanapos na cabeça.
A estreita
relação de Pezão e seu sobrinho com empreiteiras valeu ao candidato uma
campanha gorda. Mais de R$ 45 milhões foram doados por 17 empresas do ramo da
construção civil. O valor vultoso representa 56,25% do total arrecadado pela
campanha junto ao setor privado. Mais da metade.
Condenado por improbidade
Pezão
nasceu em Piraí, interior do Rio de Janeiro, onde foi prefeito de 1997 a 2004,
quando a Justiça Federal o condenou por improbidade administrativa pelo
superfaturamento na compra de ambulâncias. Pezão teve os bens
indisponibilizados pela Justiça.
Quando
vice-governador, Pezão assumiu interinamente o cargo de governador durante uma
viagem de Sergio Cabral a Paris, França. Na oportunidade Pezão assinou um
decreto lei expropriando uma casa em Piraí para ser ocupada pela Procuradoria
Geral do Estado.
O governo
pagou 470 mil reais pela casa, que estava avaliada em 300 mil reais. Foram 170
mil reais a mais.
A casa
pertencia a cunhada de Pezão, Ana Maria de Carvalho Horta Jardim, mãe de Flavio
Cauterio, procurador de Pezão nesta campanha eleitoral.
Pezão foi
investigado pelo Ministério Publico mas o processo foi arquivado.
Pezão declara apartamento por R$ 170 mil em região onde preço varia de R$ 800 mil a R$ 1,7 milhão
Pezão declara apartamento por R$ 170 mil em região onde preço varia de R$ 800 mil a R$ 1,7 milhão
ESTEVES
– CEL RR
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