Presidiário de Bangu diz
que Cabral tinha comidas especiais e ar-condicionado: “Muita mordomia"
Transferido para
Curitiba por supostas regalias, Cabral deve voltar a Bangu
Um presidiário falou sobre as regalias que o ex-governador Sérgio
Cabral Filho teria no Complexo de Gericinó, em Bangu 8, zona oeste do Rio de
Janeiro. De acordo com ele, o réu na Lava Jato recebia tratamento diferenciado
dos outros presos, como comidas especiais, ar-condicionado e tinha o direito a
transitar entre as celas e acessar a biblioteca.
— Muita mordomia: gelo, refrigerante, água mineral, comida da boa,
acesso à biblioteca, ar-condicionado, entrava em uma cela, entrava em outra, e
a gente só ficava ali preso.
O preso, que ficava a poucos metros da cela de Cabral, fala ainda
que o ex-governador mantinha um relacionamento amistoso e apresentava um
aspecto positivo dentro do presídio.
— Ficava conversando, estava rindo, abraçando um, abraçando outro,
ele estava bem.
Devido às
denúncias de regalias e visitas irregulares obtidas por Cabral dentro do
presídio, a Justiça Federal determinou, no sábado (16), a transferência do
ex-governador para Curitiba (PR). Entretanto, nesta
sexta-feira (16), o desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da
2ª Região, determinou que Cabral retorne para o presídio de Bangu.
A defesa do ex-governador argumentou que ele sofre "constrangimento
ilegal" e nega que as supostas regalias tenham ocorrido. Segundo os
advogados de Cabral, todas as visitas foram realizadas de acordo com a
legislação.
A mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, que também está presa,
permanece em Bangu, em uma cela de 6 m² com uma beliche de alvenaria, um
chuveiro quente, pia e um sanitário no chão.
Cabral e
Adriana foram presos após o MPF (Ministério Público Federal) revelar um esquema
de desvio e lavagem de dinheiro dos cofres públicos. Também nesta sexta, o juiz Sérgio
Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), aceitou denúncia do MPF e tornou
Cabral e Adriana réus na Lava Jato. O ex-governador
também é réu da Calicute na Justiça Federal do Rio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário