O INÍCIO
Diariamente dois Coronéis costumavam se encontrar para um café da manhã onde falavam de diversos assuntos principalmente da paixão comum, o FLUMINENSE.
Um deles mais analítico, observador, estrategista e espiritualizado, ou seja, um visionário, capaz de muitas vezes antever o que esta por acontecer. O outro mais emotivo, tido como um oficial temperamental que lutava pelo que acreditava ser justo, um samurai.
Refiro-me ao Coronel P.R.Paul, o primeiro e o outro, eu, Coronel H.Q.Esteves F. Ambos apaixonados, além do Fluminense, pela corporação cujas fardas envergam com orgulho e honradez.
Certa feita, em meados de julho de 2006, o visionário indignado com os desmandos do governo para com a corporação, iniciou um desabafo com o outro, neste momento decorreu a percepção de que os dois nutriam o mesmo sentimento de revolta contra a situação.
O Cel. Paul, de forma serena, mas incisiva, relata que tinha que fazer algo contra aquela realidade, indagado sobre o que, informou ainda não saber, ato contínuo recebe como resposta do amigo a solidariedade.
O Cel Esteves diz-lhe que estaria com ele para o que desse e viesse, sugeriu que o governo só temia duas coisas, a mídia e a justiça.
No dia seguinte, para surpresa do Cel Esteves, o Cel Paul surge em sua sala com o esboço da ação a ser deflagrada contra o Governo.
Paúl percebe o espanto do companheiro e o deixa a vontade para desistir de acompanhá-lo, todavia a reação de Esteves não era de receio ou arrependimento, mas sim de admiração pela rapidez de raciocínio e lucidez do amigo.
Inicia-se a jornada, outros oficiais são convidados, mas só os dois permanecem naquela intenção. A ação foi impetrada.
Paralelamente os “blogs” que tratam do tema Segurança começam a aparecer.
No final do ano, já cientes de quem seria o novo Comandante Geral (CG) da Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), Paúl conversa com Esteves sobre a necessidade de se formar um grupo de Coronéis, no mínimo uns quinze, que estivessem dispostos a cerrar fileiras para apoiar o novo CG. Esteves é contra, pois em sua visão seria difícil reunir um grupo tão grande sem perder a homogeneidade.
No inicio de janeiro, Paul volta à carga com a idéia do grupo, Esteves, acostumado a empreender lutas sozinho, resiste e alega que será difícil manter um grupo de Coronéis sob o jugo um igual, a vaidade pode falar mais alto, alega ele.
Paul cede e sugere dez, Esteves clama: Quem seriam os dez?
Começa a busca de nomes. Esteves não acredita no êxito em reunir um grupo, mas Paul é persistente. Os meses passam os dois seguem seus planos traçando objetivos a serem alcançados.
Estamos em finais de Maio. Surgem dez nomes e no inicio de Junho vêm à primeira reunião, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP). Esteves não comparece por ter que empreender embate na busca da liberação da verba do Fundo de Saúde (FUSPOM) que está atrasado.
Na segunda, no mesmo local, por iniciativa de Esteves um nome é vetado, nada pessoal diz ele, alega que trata-se de Oficial probo e digno, mas que alem de servir muito longe, o que dificultaria sua assiduidade nas reuniões e conseqüentes decisões, foi alvo de uma das ações do embrionário grupo.
É votada e aprovada a exclusão do nome por maioria. Firmam-se nessa oportunidade algumas regras a serem seguidas pelo grupo, ainda inominado.
Outras reuniões acontecem, agora não mais no CFAP, mas, no Quartel General (QG) e após o expediente. Vários nomes são sugeridos para o grupo.
Julho, mais precisamente dia três, ferve a situação com relação a vencimentos. Os “blogs” pressionam. É elaborada a primeira carta “PRO LEGE VIGILANDA (PARA VIGILANCIA DA LEI) - O RESGATE DA CIDADANIA DO PM - GRUPO DOS BARBONOS”.
É definida pelo grupo, a estratégia de enviar carta o SR CG, ao Secretario de Segurança e ao Governador e, em seguida, divulgar junto à mídia. Agora com denominação, inspirado em um dos primeiros nomes do quartel onde ocorreram a maioria das reuniões, nasce efetivamente para a história da PMERJ o GRUPO DOS BARBONOS.
A partir daí outras histórias surgiram, no mínimo nove, com a visão de cada um dos seus integrantes. Seus sonhos, suas esperanças, alegrias, tristezas, angustias, decepções e expectativas. A cada momento vivido, a cada ação realizada, um novo sonho, um novo sentimento, uma nova história enfim.
CORONEL ESTEVES - BARBONO
Um comentário:
Meu irmão Esteves:
A cada dia que passa eu percebo que a nossa luta se torna mais difícil.
A nossa Instituição precisa mudar tanto, em tão pouco tempo, que a missão parece impossível.
Apenas parece, pois tenho certeza que a nossa determinação, a determinação de todos nós, superará qualquer obstáculo.
Parabéns pelo artigo!
Precisamos iniciar um livro sobre tudo isso que está acontecendo.
Fraternalmente.
Paúl
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